segunda-feira, 18 de abril de 2011

QUEREMOS JUSTIÇA!


QUEREMOS JUSTIÇA!
Enquanto estou escrevendo este texto, estão sendo julgados em São Paulo o pai e a madrasta, acusados de matar por estrangulamento e depois atirarem a menina Isabella, de cinco anos de idade, pela janela do apartamento onde moravam. 
Como eu gostaria que a Isabella, na sua inocência, tivesse cometido suicídio cortando a rede com uma tesoura e depois atirando-se pelo vão, por qualquer  motivo que tivesse influenciado a decisão de dar cabo da vida tão prematuramente! Assim, não teria que admitir um caráter monstruoso do pai, principalmente, afinal ela era parte dele.
Nada paga a dor de quem ama de verdade (neste caso não posso dizer de um pai) pela perda irreparável de um filho querido. Ou será que ele desejava se autoflagelar e escolheu aquela maneira horrível? Cruel enquanto perdurou a agonia (nem gosto de imaginar) da pequenina vendo seu próprio pai a quem talvez amasse e defendesse com a própria vida, se fosse o caso, dentro dos seus limites, impondo-lhe agressões físicas e emocionais que resultaram ou contribuíram para a sua morte com muito sofrimento.
Quando acontece uma tragédia desse tipo na sociedade, provocando o desmoronamento de uma de suas características primárias, prenuncia o perigo de ruir por inteiro, resultando no caos que infelizmente pode estar se aproximando.
Não é caso isolado, pois aconteceu outro caso no Rio de Janeiro, que contribuiu para obscurecer a expectativa para o futuro. O que estaria passando pela cabeça daqueles jovens quando arrastaram uma criança por sete quilômetros pelas ruas do subúrbio, enroscada no cinto de segurança do carro da mãe que eles haviam roubado?
A infeliz criancinha não conseguiu se desvencilhar do artefato que presume-se garantir  a segurança caso aconteça acidentes.
Será que eles estavam com raiva do mundo porque não tiveram as mesmas oportunidades e não lhes concederam os mesmos favores? Acho que não, isso é desculpa de quem quer passar a mão por cima da cabeça de maus elementos. Em troca de que? Nem imagino! Suponho interesses escusos, mas não vêm ao caso. Não quero nem pensar no que acontecerá se todos os excluídos e menos afortunados agirem da mesma forma.
Por que aquela criança tinha que pagar pelos pecados do mundo?
Como eu gostaria que aqueles rapazes dissessem que não sabiam, que não ouviram os gritos lamentosos do menino nem das pessoas desesperadas que assistiram ao horripilante espetáculo; que não perceberam as manifestações de todo tipo, tentando dar-lhes ciência do que estava acontecendo, porque as pessoas não imaginavam pudesse ser ato de crueldade o arrastamento para a morte de uma criancinha como um boneco, representação de Judas, impondo a ele e à mãe, que assistia à cena, sofrimento e agonia inimagináveis. 
A sociedade vai fazer justiça por conta desses crimes bárbaros. Mas que justiça? O que vai compensar a dor daqueles que perderam uma parte de si?O que pode fazer justiça? Olho por olho, dente por dente? Remorso e seus efeitos talvez sejam a maior penalidade. Mas será que pessoas capazes de cometer tamanha atrocidade são suscetíveis de remordimento? Acho que não.
Talvez a ciência possa, no futuro, minorar o sofrimento provocado por motivos iguais, fabricando um outro ser igualzinho por fragmentos de DNA e devolver a vida à pessoa assassinada (vamos pensar assim para não ficar muito complicado). Ainda assim, será feita JUSTIÇA?

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